domingo, 7 de junho de 2009

Entrevista com Marcos Melo

Entrevistamos na última sexta-feira o professor Marcos Melo, 49 anos, formado em Ciências Sociais pela PUC São Paulo, com especialização em Globalização e Cultura. Durante a conversa, foram discutidos vários fatos sobre a ditadura e censura no período militar, enfatizando os movimentos a favor da democratização do país.

Um assunto muito pertinente aos jornalistas foi a posição da grande imprensa no período, a qual teve uma dupla-opinião. No começo apoiando o golpe que, de acordo com a capa do jornal O Estado de São Paulo: "Os democratas dominam a nação", mostrou um apoio à ditadura. Posteriormente, com o aumento da repressão, essa postura mudou, trazendo críticas ao governo da época. Como as margens amarelas no jornal A Folha de São Paulo durante as campanhas para as Diretas Já.

Questionamos como a esquerda tentava acabar com a ditadura e sua luta contra os abusos. "O partido comunista não se envolveu na luta armada, os que não concordavam formavam as guerrilhas", afirmou Marcos. O professor disse ainda que os esquerdistas mais brandos lutavam dentro da legalidade, se candidatando a cargos como vereador e deputado, e achavam que a luta armada dava mais motivos para continuar com a repressão.

O entrevistado relatou fatos que ocorreram dentro de sua própria família: "Tenho algumas pessoas na minha família que foram atuantes. Não chegaram a luta armada, mas foram obrigados a sair do Estado de origem, porque corriam o risco de serem presos." Ele comentou que desde cedo convivia com a tensão de ser preso e que sempre soube mais, do que seus colegas, sobre o que realmente acontecia.

Durante a ditadura houve também uma censura moral, ela não queria passar para a sociedade que estava só reprimindo, mas sim que veio para moralizar. Dessa forma atingiu bastante as famílias mais conservadoras, pois censurava várias músicas, hoje consideradas bregas. O episódio mais famoso foi a música "Pare de tomar a pílula" do Odair José, porque nesse período estava ocorrendo a campanha de controle de natalidade e por isso foi censurada.


Isabela Gregório e Deborah Scarone.

Um comentário:

  1. Meio que um pouco fugindo do assunto mais no assunto, acho que hoje em dia deveria ter um controle de natalidade! Mas o que haveria no país par contestar ou não, um reverendo? e como todos odeio se sentir reprimidos não seria aceita no Brasil. Sim qualquer forma de repreção é realmente errada, as pessoas são reprimidas a tdo momento e não sabem, é apenas uma forma de organizar! {não tenho ainda uma opnião politica bem definida} mas é apenas um comentario que num pude deixar de fazer!

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